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Relação entre Ronco e Menopausa


Não é segredo: a menopausa chega acompanhada de irritabilidade, insônia, ondas de calor, suor noturno, ansiedade, cansaço e diminuição da atenção e memória. Ah, e ronco também! Isso mesmo. A apneia (interrupção da respiração) e o ronco também podem ser alguns elementos da lista de características da fase em que a mulher deixa de produzir hormônios, geralmente entre os 45 e 55 anos. Durante o período fértil, a cada três homens, uma mulher sofre com o problema. Após a menopausa, essa relação se iguala: a cada homem, uma mulher também padece de alguma disfunção.

Arnoldo Velloso Costa explica que nesse período o corpo passa a produzir em média 1/3 do colágeno de que necessita. Com o decréscimo da substância, os músculos ficam flácidos, os ossos ficam com menos densidade e as articulações perdem elasticidade e força. “Até os cabelos perdem o brilho e a vitalidade natural pela diminuição da espessura do fio capilar”, ressalta. Alguns órgãos podem ter seu funcionamento comprometido, a pele fica mais fraca, desidratada e sem elasticidade, aparecendo as estrias e aumento as gorduras.


De acordo com o membro da Associação Brasileira do Sono (ABS), doutor Fausto Ito, o período fértil protege as mulheres dos distúrbios respiratórios do sono (ronco e apneias). “Isso acontece devido à presença da progesterona e do estradiol, por exemplo, mas as mulheres sofrem mais de insônia devido à oscilação desses mesmos hormônios em função do ciclo menstrual. Quando os ovários entram em falência devido ao envelhecimento, as mulheres tendem a roncar tanto quanto os homens, principalmente se houver aumento de peso”, relata.

A cura definitiva para o problema ainda não foi descoberta. Logo, o mais importante é buscar o diagnóstico assim que os primeiros sintomas aparecerem. O principal exame que deve ser feito é a polissonografia (PSG), para que, em seguida, se inicie o tratamento de acordo com a necessidade de cada caso. Já existem terapias para melhorar a respiração durante o sono e devolver a qualidade de vida às pessoas que padecem desses distúrbios.

Riscos

Vale lembrar que o ronco é o primeiro sinal de alerta que o corpo emite para avisar que alguma coisa errada está acontecendo com a respiração durante o sono. O problema começa a piorar quando esses ruídos estão intercalados pelas apneias. “Essas paradas respiratórias repetitivas ao longo da noite diminuem a oxigenação do organismo, fragmentam o sono e, por causa disso, impedem que pessoa atinja os estágios profundos do sono”, destaca Ito.
Os sintomas imediatos da má qualidade de sono são a sonolência excessiva ao longo do dia (SED), garganta seca, mau humor ao acordar, dores de cabeça pela manhã, perda de memória. A SED representa grande perigo, pois aumenta as chances de a pessoa se envolver em acidentes graves de trânsito e de trabalho. Com o passar do tempo, o sono fragmentado causa alterações metabólicas sérias que deixam a pessoa suscetível a doenças crônicas, como alterações cardíacas, obesidade, diabetes tipo 2, queda da imunidade, impotência, câncer e derrame (AVC).

Estudos indicam que cerca de 40% da população brasileira ronca ou se queixa de qualidade de sono ruim. Por isso, é importante entender que os distúrbios do sono podem ter diversas causas e a situação pode se agravar se a pessoa fumar, beber e não se exercitar regularmente.

Outro fator relevante é o queixo pequeno ou posicionado para trás. Anatomicamente, ele deixa a passagem de ar mais estreita na região da garganta e favorece a ocorrência dos roncos e das apneias.

Tratamento

A forma mais aceita pelas pessoas são os aparelhos bucais que provocam um leve avanço no queixo e desobstruem a garganta, liberando a passagem do ar durante o sono, pois são fáceis de adaptar e transportar. Mas há também os exercícios fonoaudiológicos para tonificar a musculatura da garganta; o CPAP, que injeta ar pelo nariz por meio de máscara nasal; e as cirurgias ortognáticas, que deslocam a mandíbula para frente, e de correção e desobstrução de nariz.

“A reposição hormonal também pode ser indicada para as mulheres menopausadas. Existem também as medidas comportamentais, que tem por objetivo modificar hábitos inadequados com relação ao sono e que podem ser utilizadas em conjunto com qualquer tipo de tratamento, conhecidas por Higiene do Sono”, explica o especialista.

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